
Por que então os dramas desta família chamam tanto a atenção do público? Por dois motivos: primeiro, a convicção e entrega dos atores (Natália e Mateus Solano) é tão grande que não há muita margem para dúvidas. O telespectador acredita naquelas discussões e pronto.
A outra razão é que nem só de inverossimilhança vive Ingrid. As contradições morais da personagem enriquecem sua história e a tornam factível. Ela é uma daquelas pessoas “que não conseguem mentir”. Fala “verdades” horríveis em nome desta franqueza patológica. Quem não conhece alguém assim? E pior: quem não odeia alguém assim que conhece? Por outro lado, por trás das atitudes de Ingrid há uma espécie de “verdade universal sobre mães” de que ninguém duvida: a crença de que pelos filhos vale tudo. Esta combinação de antipatia com justificativa para atravessar o respeito ajuda a cativar a plateia criando um jogo de atração e repulsa.
O fato é que tem valido a pena acompanhar a dinâmica daquela família. Nem que seja para ver Natália do Vale dar um show em cena.
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