sábado, 1 de maio de 2010

Saiu na net

Críticas sobre o trabalho da Natália do Valle:


Ingrid é a maior graça de ‘Viver a vida’


Verdade que algumas tramas de “Viver a vida” deram uma deslanchada nas últimas duas semanas, mas nada se compara ao que vem acontecendo com Ingrid, personagem de Natália do Vale. Ela começou a novela como uma mãe superprotetora, e nos capítulos mais recentes, vem dando sinais de loucura. Virou a dona da história.

Para que o público aceite os atos desvairados da fotógrafa sem estranhar, outros personagens vêm repetindo, no meio dos diálogos: “Ingrid, você está se isolando”. O marido diz isso, os filhos, a namorada de um deles, a ex-amiga etc. Essa dica serve como uma espécie de licença que abre o o caminho para a personagem perder o juízo e suas aparições ficarem mais interessantes.

Não é a primeira vez que Manoel Carlos leva uma personagem a extremos. Em “Páginas da vida”, isso aconteceu com Marta (Lilia Cabral). As questões dela eram parecidas com as de Ingrid: amargura e maternidade malresolvida. Lília é até hoje lembrada por este papel. Com certeza ninguém vai esquecer a Ingrid de Natália.


Ninguém chora como Natália do Valle


A primeira vez que vi Natália do Vale em cena foi em Água Viva (1980). Sua personagem, Márcia, vivia uma crise no casamento com Edir (Cláudio Cavalcanti), e, mesmo criança, eu ficava impressionado com a capacidade da atriz em transmitir emoção. E, principalmente, de chorar. Posso afirmar sem medo de errar que ninguém chora como Natália na telinha. Agora, em Viver a Vida, ela tem a árdua missão de interpretar o pesadelo de qualquer filho: uma mãe superprotetora, invasiva e ofensiva. Ingrid pode ter as melhores intenções do mundo, mas erra tanto em seu desejo doentio de controlar a vida de Jorge e Miguel (Mateus Solano), que acaba se tornando quase uma vilã. E, apesar de alucinar a vida de vários personagens, é a fotógrafa quem mais sofre. Tome cenas fortes para Natália chorar, e a diva faz isso com a soberania de sempre.

Na reta final da trama das 9 da Globo, ninguém brilhou mais do que Natália. Conforme Ingrid via os filhos escaparem de seus tentáculos, fazendo opções românticas “erradas” (para ela), mais espaço a atriz ganhou na história de Manoel Carlos. O apogeu foi a sequência em que Tereza (Lilia Cabral) foi tirar satisfações com a ex-amiga por ela ter ido azucrinar Luciana (Alinne Moraes). Lilia, uma atriz fenomenal também, deu um show, mas a batalha foi vencida por Natália com larga vantagem.

Não é de hoje que admiro o trabalho de Natália. Baila Comigo (1981), Sétimo Sentido (1982), Final Feliz (1982), Transas e Caretas (1984), O Outro (1987), Que Rei Sou Eu? (1989), A Próxima Vítima (1996), Torre de Babel (1998), Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006) são apenas alguns sucessos dessa estrela radiante. Mas é a vilã Andréa Sousa e Silva, de Cambalacho (1986), sua personagem que mais amo. Ardilosa, maquiavélica e má até dizer chega, Andréa fez Natália liberar todos os seus demônios, e a atriz não desperdiçou nenhuma cena. Do começo ao fim foi o grande destaque da trama de Silvio de Abreu e provou que, se a personagem é boa, ela é ótima, mas se a criatura for má, Natália é melhor ainda.

E até mesmo quando a novela não é sucesso, no caso de Começar de Novo (2004) e Negócio da China (2008), ela se sobressai e termina a trama imaculada. Esse é o diferencial de quem tem talento: a capacidade de se destacar até mesmo no meio da total falta de criatividade por parte de autor ou da direção. Não importa se a personagem é coadjuvante ou protagonista. Se for interpretada por Natália do Valle, será sempre o centro das atenções.


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